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23/03/2004 - 09h10
Contra o barroco cibernético

Márion Strecker
Diretora de Conteúdo do UOL

No começo da Internet, tudo era texto e não havia cor. A interface gráfica da Web surgiu no começo dos anos 90 e as imagens passaram a ser aceitas na rede, assim como as cores. Quando o UOL começou, em 1996, a Internet no Brasil ainda era coisa de nerd e do mundo acadêmico. Convenções formais? Não havia. Havia dúvidas. Muitas.

Que formato as páginas da Internet devem ter? Cada página deve ser desenhada para caber inteira na tela do computador, sem obrigar o leitor a usar a barra lateral para "rolar" a página? Página é metáfora adequada à Internet? Ou seria melhor pensar a Internet como uma tela de televisão?

Qual é o tamanho da tela de computador que as pessoas usam? Quantas cores o monitor é capaz de "ler"? Quais os navegadores (browsers) mais usados? Quais as características técnicas desses navegadores? Qual a velocidade de conexão das pessoas? Quanto tempo as pessoas vão tolerar esperar para uma página (ou uma tela) ser carregada?

Não que hoje, passados quase oito anos da fundação do UOL, todas as respostas estejam dadas. Dúvidas ainda atormentam e vão atormentar os profissionais encarregados de dar forma ao conteúdo na Internet. Mas houve um claro avanço das convenções.

No início, a única regra gráfica que o UOL se impôs era a aplicação de uma barra de navegação horizontal, de aparência zebrada, no alto de todas as páginas. Todo o resto era permitido: inventar nomes-fantasia para produtos e serviços, criar logomarcas e aplicá-las em qualquer local da tela, inovar em sistemas variados de navegação de canais e assim por diante.

Tamanha liberalidade, que não teria sido possível num meio de comunicação mais tradicional, cujas regras e convenções são conhecidas, tinha um objetivo. Era preciso permitir experimentações para que as melhores idéias aflorassem. Era preciso estimular a criatividade, para que as melhores práticas fossem inventadas. O tempo trataria de consolidá-las.

Hoje, encontrar a logomarca na área superior da página, de preferência à esquerda, parece algo totalmente natural. Assim como parece óbvio procurar a lista de conteúdos de um canal numa barra vertical na lateral esquerda da página. Estas são algumas das convenções que surgiram nos últimos anos e prevalecem não só no UOL como em muitos outros veículos de comunicação na Internet, no Brasil e no exterior.

A home page é apenas a ponta do iceberg que é a arquitetura da informação. No caso do UOL, um portal com conteúdo extremamente extenso e diversificado, em que novos conteúdos surgem com freqüência, é preciso reestruturar a navegação constantemente.

Parecer simples pode dar um trabalhão. Os profissionais de Internet precisam investir tempo organizando, racionalizando, para que o público não precise perder o tempo adivinhando onde encontrar o que quer.

Não pretendemos provar teorias, mas atender objetivos. Não acreditamos ter chegado a uma fórmula ideal, final. Sabemos que o trabalho de reestruturação da informação e melhoria de navegação é constante e sem fim. Sabemos que não há uma única solução ideal para todas as páginas, para todos os sites. Há várias.

Pretendemos apenas tornar a navegação do UOL um pouco mais fácil, um pouco mais óbvia. Buscamos atender o interesse de informação, de serviço ou de diversão do público. Tentamos evitar que o leitor habitual se perca com mudanças profundas. E fugimos, isto sim, da tentação do barroco cibernético, com suas luzinhas piscantes feito árvore de Natal. Fugimos do exibicionismo de programação, do excesso de janelas pipocantes. Buscamos a simplicidade.

Tivemos de enfrentar certos riscos. Entre eles, normatizar demais, tornar o padrão visual demasiado esquemático. A implantação dessa nova arquitetura de informação e de projeto gráfico é um trabalho que vai durar muitos meses e vai ser posto à prova pelo público. Vamos precisar ter coragem de mudar de novo ou mesmo de voltar atrás, se e quando isto for o melhor a fazer.



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Leia a íntegra da conversa com Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL

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